segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Testemunho de Duarte Novale

«Uma energia brutal que assolou a cidade de Évora nos quentes anos setenta... uma força da natureza que encantou e enriqueceu estas paragens... nunca percebi porque carga de água se apaixonou por estas terras... mas sei que foi por isso que aqui se fixou... sem dúvida alguma, porque o conheci, o vi e o senti em momentos chaves da minha vida - um dos maiores ACTORES de teatro de que tenho memória (como poderei esquecer as suas representações Brechtnianas no inicio do CCE) ... também encenador, sem dúvida e pedagogo, pois sim ... mas também e sobretudo um REVOLTADO, um intelectual que sempre se sentiu incomodado com a mesquinhez e a hipocrisia do sistema ... o PCP teve a sorte de o ter nas suas fileiras, mas nunca o soube aproveitar de verdade ... aliás os partidos são completamente ultrapassados porque não estão preparados para receberem no seu seio cidadãos do mundo, desta dimensão ...Foi-se um pioneiro, fica a sua memória e sempre a esperança que outros cérebros e homens e mulheres invulgares, escolham esta cidade para não morrermos de tédio ... a propósito para onde vai Évora? Que escuridão...
A TI
o palco chora
este vazio que o fere
como um cair de pano
em sala muda
ecoa inundado
por uma vida eterna
em memórias de quem quer
transformar o mundo.
Não me cruzei contigo
mas ficou gravada
A menina Júlia
Obra levada aos meus sentidos ávidos
por uma visão de quem pode,
Transportar mensagens,
Abalar consciências,
despertar ciências...
sabe-me, agora, a pouco...
resta-me a sensação
de que serás sempre
UM HOMEM cuja obra ultrapassa
as escassas notícias de perda.
Pois assim seja!
Que nada perdemos contigo!
Apenas apreendemos que ganhar
é ser recordado...
Um Bem-Hajas Mário.
Abraço do
Duarte Novale

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